quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Dislexicando...


A definição mais usada na actualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz:
"Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da
linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de descodificar palavras
simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de descodificar
palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução
convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios
cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem.

A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, frequentemente são incluídos os problemas de leitura, da aquisição e capacidade de escrever e soletrar."


A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e
hereditária, e os seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.
Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado,
direccionado às condições de cada caso. Não podemos considerar como 'comprometimento' a sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação ao dominio cerebral.


Portanto:
· "A DISLEXIA é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança
para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência."
· "A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um distúrbio.
Refere-se a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem."
· "A DISLEXIA é um transtorno, uma perturbação, uma dificuldade estável, isto é
duradoura ou parcial e, portanto, temporária, do processo de leitura que se manifesta na
insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem.”
· "A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere
de forma significativa na integração dos símbolos linguísticos e perceptivos. Afecta
mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1."
· "A DISLEXIA é caracterizada por dificuldades na leitura, escrita (ortografia e
semântica), matemática (geometria, cálculo), atraso na aquisição da linguagem,
comprometimento da discriminação visual e auditiva e da memória sequencial .”


SINAIS ENCONTRADOS EM DISLÉXICOS
Desde a pré-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas que a criança é disléxica.
Eles não são suficientes para se fazer um diagnóstico, mas vale prestar atenção:
* Fraco desenvolvimento da atenção.
* Falta de capacidade para brincar com outras crianças.
* Atraso no desenvolvimento da fala e escrita.
* Atraso no desenvolvimento visual.
* Falta de coordenação motora.
* Dificuldade em aprender rimas/canções.
* Falta de interesse em livros impressos.
* Dificuldade em acompanhar histórias.
* Dificuldade com a memória imediata organização geral.
DIFICULDADES ENCONTRADAS EM CRIANÇAS COM DISLEXIA
* Dificuldade para ler orações e palavras simples.
* A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente nos disléxicos.
* As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial, por
exemplo “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um jogo de palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática dos léxicos de uma língua, uma outra coisa é, sem intencionalidade, a criança ou adulto trocar a sequência de letras.
* Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.
* A ortografia é alterada, podendo estar ligada a chamada CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).
* Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como são
escritas. Em geral, os professores ficam desesperados: " como podem - pensam e reclamam -
ela está vendo a forma correccta e escreve exactamente o contrário?".

Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertida ou simplesmente deficiente.
* As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira
involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem, por exemplo:“gato” por “casa”.
* As crianças disléxicas têm dificuldades em distinguir a esquerda e a direita.
* Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e as palavras.
* Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homónimos, isto é,
palavras semelhantes (secção, cessão e sessão) são uma dificuldade nas crianças disléxicas.
* Os erros na separação das palavras.
* Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulação e sem ritmo.
Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, descodificam as palavras, mas não conseguem compreendê-las.
* Os disléxicos têm falhas na construção gramatical, especialmente na elaboração de orações
complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da redação espontânea.


Bem, por hoje deixo-vos com esta informação..com a promessa de continuar o post!

Porque ainda não acabei ;)


Beijinhos e um óptimo dia..aqui por estas bandas está chuvoso!

2 comentários:

  1. Há 30 anos não se sabia o que isso era; conheço alguém que sofreu na pele a ira de uma professora do ensino básico; não fosse alguém mais avançado nas ideias e nos métodos Portugal teria menos um engenheiro. A antiga professora ainda hoje diz que nunca pensou que ele chegasse onde chegou...A dislexia contorna-se, com muita força de vontade! Mas os resultados são fantásticos.

    Gostei muito do post e continuarei a acompanhar o próximo.

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  2. Boa =D fico/ficamos contente(s) por gostarem do que por aqui se posta =D

    Beijinhos e prometo voltar em breve!

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